segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

LUA NOVA DE PEIXES | LADO LUNAR

 Ola


No passado dia 1 de fevereiro iniciou-se a lua nova de peixes.

No calendário cabalista, este ano é um ano bissexto, não por ter mais um dia no mês de fevereiro, mas por ter mais um mês/lua no ano todo.

Por isso, este ano 2022 (gregoriano) terá duas luas de peixes (adar). Esta é a primeira.

Para mim em particular é uma lua especial pois nasci sob o signo de peixes e portanto esta é a minha lua.

Quis o destino que começasse a lua com uma experiência nova - contágio do vírus covid- e portanto foi o inicio de tudo, nova lua, novo ciclo, nova experiência.

40 dias antes do nosso aniversário (todos) entramos na nossa fase lunar, isto é estamos num momento de caverna, de recolhimento, de lentidão, reflexão.

A minha fase lunar começou a 15 de Janeiro e claro, prolonga-se até dia 28 de Fevereiro.

Na verdade, nós só entramos na fase solar +/- 2 dias depois do nosso aniversário. Há todo um período de adaptação. Afinal, saimos dum fase de penumbra para iniciar um novo ciclo à volta do sol e para que a luz não nos ofusque então o Universo na sua imensa sabedoria, permite-nos um ou dois dias para nos adaptamos a esta nova fase.




Já recuperada, estou a escrever este artigo, ainda no rescaldo de duas semanas que finalmente me conseguiram parar.

É caso para dizer, só o SARS para me parar.

Tinha ouvido falar que este vírus retirava a força às pessoas, todos se sentiam mais cansados, menos activos, necessidade de parar,serenar e fazer o seu processo de recuperação.

É verdade!

Percebi logo cedo que este vírus, que desde sempre considerei um mestre cuja missão no mundo está muito bem definida, veio realmente para nos PARAR!

Por isso o mundo parou pela primeira vez na história da humanidade.

Por isso abradamos o nosso ritmo e adiamos tantos eventos que até então achavamos impossível adiar os suspender, por isso nos submetemos às regras deste novo elemento nas nossas vidas. É assim e ponto final.


Comigo em particular, foi assim. Ele entrou impos-se e ditou as regras. Parar!

E quando paramos (finalmente) reflectimos, perguntamos o que andamos aqui a fazer, que ritmo de vida estamos a levar (cada vez mais cansados, exaurídos), o que aprendemos com estas experiências, que valor damos a pequenas/grandes coisas, que sentido estamos a dar ao nosso propósito divino....



Pela primeira vez em 20 anos, tive umas "férias" de 2 semanas.

Tirando algum mau estar provocado pela doença em si, até que me estava a sentir bem. Como diria Fernando Pessoa : " O que prazer ter um livro para ler e não o fazer..."


Nem ler me apetecia, nem estudar (tudo em atraso), nem investigar, nem escrever, nada! Não queria fazer rigorosamente nada.

O nada implica tudo.

Que bem estive nesta letargia imposta mas necessária. E então percebi a dimensão da "culpa" face ao ócio.

Fomos formatados para nos sentirmos úteis. Temos que fazer sempre alguma coisa.

Até usamos chavões para isso. Dizemos muitas vezes: " Eu tenho de fazer alguma coisa, não me dou bem quieta."


E ainda não percebemos que não fazer rigorosamente nada é fazer tanto.

Tanto por nós, tanto pela nossa alma, tanto pela nossa saúde, tanto pelo mundo, tanto de tanto.


Porque há algo que nos faz parar e que nos obriga a sentir e depois a pensar.



Hoje famoso dia de S. Valentim, dia nos namorados, dia do amor, dia dos relacionamentos....dia comercial também, é o dia em que (re) inicio a minha actividade.

Nunca dei importância a este dia em particular -14 de Fevereiro - porque não gosto de datas impostas para comemorar nada.

Hoje não é excepção. Mas dou apenas a importância de estar viva, do Universo me ter permitido passar neste teste, de continuar aqui a cumprir o meu karma e a ser fiel ao meu dharma e a colocar-me, mais uma vez, ao serviço da vida e do propósito da minha alma.

Mudei alguma coisa em mim?

Sim! Seria impensável depois deste tempo todo que as reflexões não surtissem efeito. Aliás, todas as convalescências são boas para fazermos balanços. Esta também foi muito útil.

Nunca necessitei de tanto tempo nem para recuperar de nenhuma doença (depois de adulta), nem de nenhuma lesão. Como tal, e quando vi o tempo a passar e a necessidade de aproveitar cada dia e cada momento para me restabelecer, inevitavelmente que a efemeridade da vida salta-nos à cabeça e faz-nos avivar a memória dos obectivos e sonhos adiados, das prioridades que damos à nossa vida, ao nosso trabalho, das horas de cada dia, das nossas pequenas ambições que às vezes nos abanam tanto.

Tudo passa a ser revisto.


Se quem me conhece e está mais de perto vai sentir que mudei, não sei!

Mas sei que dentro de mim muita coisa se alterou e com isso a vontade de tomar decisões.

Mais intolerante?

Não! Não lhe chamaria intolerência, mas mais exigente com as escolhas sim, com toda a certeza!


Xi 💙