terça-feira, 9 de julho de 2019

Perdi alguém que amo...

Ola

O tema da morte é sempre um tema do qual todos fugimos.
Em Portugal, que é a realidade onde vivo e sempre vivi, é quase proibido falar da morte, explicar como se quer as exéquias fúnebres, falar de pormenores que podem fazer toda a diferença na última homenagem que se presta.

Este mês de Junho que acabou, acabou com dia 30 com alguém que eu amava.
Como me disse uma vez uma amiga: " Não importa quem morre, importa é quando more alguém que amamos".
Na verdade dia 7 partiu uma amiga. Lúcida, perspicaz, atenta, e como tal não deixou nada ao acaso. A vida deu-lhe tempo para se preparar para a morte. E assim ela aproveitou todos os momentos.
E com isso, e fazendo uso da sua lucidez, deixou tudo preparado: Cerimónias, homenagens, etc.

A dor da perda é a mesma. É o medo real. Não o conseguimos superar. Sabemos que todos morremos. Sabemos inclusivé quando alguém esta demasiado doente ou idoso que a partida será a qualquer momento. Mas nada nem ninguém nos tira a dor da perda.
Dela também não.
Mas sofrimento é opção. E como tal, ficar agarrado à dor já é escolha de cada um.
Ela não queria isso. Nunca quereria. Pediu para todos sorrirem e rirem (como se isso fosse possível) no funeral dela.
Partiu a 7 de Junho, ascendeu a 7 de Julho - pelo menos é nisto que acredito - ascendemos sempre 30 dias após a desencarnação.
Cheia de saudades e de pena pelos minutos, horas e dias que não passamos juntas.
Porque todos os outros, esses vão ficar guardados na minha memória até nos reencontrarmos.

Dia 30 a morte voltou a visitar-me. Desta vez foi o desfecho dum guerreiro cansado com 13 anos, que para um cão já é demasiada idade.
Um amor incondicional, creio que de parte a parte.
13 anos e 4 meses foi o tempo que o Universo nos permitiu viver juntos.
Estou grata!
Tão grata...porque vivi 13 anos duma felicidade plena. Dum amor sem limites nem cobranças, duma entrega total e sem medo.
13 anos a saborear o doce duma vida onde o amor, a plenitude e a paz estavam presentes 24h00 por dia.

Fica a saudade. Imensa, tão intensa e tão forte como o amor que nos uniu.
Tal e qual.
Mas fica também a alma cheia e a certeza que não estando cá estará noutro plano mas a olhar por mim como sempre fez.
E por isso, sinto-me em paz. Falta-me um pedaço da alma. Pareço amputada. Mas sei que está em paz e eu em paz ficarei.
Um dia espero também o reencontrar. E voltarmos a passear juntos. A beija-lo como fiz milhares de vezes e a sentir o cheiro que agora sinto falta.
Um dia voltaremos a estar todos juntos.
Agora, vamos aceitar. Vamos pacificar, chorar, claro, faz parte. Mas serenamente encher este vazio que ficou.


Sofremos com a partida dos que amamos. Não importa quem amamos.

Xi💙

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