Olá
Inspirei-me hoje para escrever este artigo, de certa forma pelo resultado eleitoral de Portugal dia 18 de Maio.
Senti nos portugueses um pânico nos resultados, pelo facto dos números terem inclinado o país numa tendência de direita e extrema-direita.
Em termos de número sim, mas eu analiso muito para além da escolha, ou melhor, o que está implícito e expresso nestes resultados.
A saber:
Uma das formas dum povo se manifestar é no momento do voto, e após várias tentativas de demonstrar que não estavam a gostar das decisões de multiplos governos nos 50 anos que tem esta democracia, aparece alguém cheio de constatações, vontade de vencer e de mudar este país, que acho ninguém em seu juizo perfeito acredita, mas numa tentativa de retaliação face a tanta displicência ao longo dos anos, dá uma bofetada de luva branca mas com a força do aço e coloca em cheque todo um sistema dum país até então mais ou menos polarizado entre dois partidos
A hora de mostrar que afinal ninguém estava contente, foi dar voz a alguém (espero que não se iluda) que poderá fazer algo de diferente num país onde o stablishement era práticamente um convénio e um acordo tácito entre dirigentes de dois partidos politicos.
Bastava um olhar mais atento para perceber que tarde ou cedo a bofetada chegaria.
Agora, que está instalado a confusão/surpresa política, chega o pânico.
Sim, durante 4 anos, Portugal pode passar por situações de aperto e de muito mau gosto.
Algo me diz que nem vamos ter tempo. Ou melhor, os escandalos acompanhados de sismos na Comunidade Europeia e também porque não, sismos naturais porque a natureza também por sua vez está cansada de nos suportar, podem mudar tudo a qualquer momento.
E daqui a 4 anos, mais uma vez por desilusão de quem tudo promete mas nada faz, quem está em cima cai, e quem está em baixo sobe.
E nesta montanha-russa sem controlo está Portugal e o mundo, porque ninguem se convença que é só cá que corruptos, néscios, inaptos, incapazes, sem carácter, e completamente egoicos , governam.
É como uma epidemia, está assim práticamente em todos os países do ocidente ao oriente.
O mundo precisa de baralhar as peças do puzzle para voltar a construir um novo mas onde todas as peças de encaixem e onde por fim, se possa ver a verdadeira big picture.
Há quem diga que o mundo-Terra é uma espécie de tudo de ensaio social. Ou seja, estamos todos, como marionetas num circo cujo dono desconhecemos e cujas mãos que manipulam os bonecos não são vistas.
Pode ser verdade!
Há também quem defenda a tese que vivemos num simulacro. Tudo é uma encenação e os actores (nós todos) não nos apercebemos que estamos num palco. Provavelmente porque não vemos a plateia!!!
Tudo são hipoteses. Tudo são possibilidades. Também temos a agenda religiosa, que nos promete um salvador, um messias e um Deus que tudo fez e que tudo salvará, como se fossemos umas crianças sempre mal comportada mas onde a figura paterna (sempre paterna) nos perdoa tudo e por isso vai puxando as orelhas, mas sempre a remediar tudo e a salvarnos de todas as consequências.
Na verdade, o que todos procuramos é RESPONSABILIDADE ZERO, porque assim temos sempre a possibilidade de inventar mais uma teoria, ou mais um deus, santo ou messias e embalados por esses sonhos e megalomanias, nos ilibarmos de todas as consequências daquilo que causamos.
Os partidos politicos e os líderes dos partidos estão também de certa forma, revestido duma pele de messias em que o povo, como membro de um rebanho, quer um pastor para o guiar.
Ainda não percebeu, com esta cegueira perpetuada no tempo, que qualquer líder religioso, politico, ou outro, nos guia sempre para o abismo, porque eles próprios também não conhecem outro destino.
Á parte negociatas, egos, conluios, interesses, e tudo aquilo que sabemos existir dentro dos governos e nos centros partidários, penso que Portugal voltará a virar a esquerda, depois á direita, ao centro e com sorte para os dois lados, (em desespero) até perceber que não é um partido ou uma ideologia política que governa um país. São humanos!
Cheios de defeitos e virtudes, de erros e acertos, de quedas e elevações, de avanços e recuos, como todos o ser humano.
Nunca esquecer, que também esses humanos -políticos - podem ter desafios emocionais graves, quadros mentais a necessitar de ajuda, personalidades mal formadas, estruturas deformadas, e um sem fim de problemas como qualquer outro ser vivo.
Continuamos a adiar o inevitável. Continuamos a empurrar com a barriga o óbvio, continuamos a tentar que venha algo ou alguém que nos salve do atoleiro em que nos metemos.
Até ao dia em que percebermos que somos nós os nossos próprios salvadores, correremos para as urnas eleitorais a tentar "aquela vingança" pela desilusão sofrida.
Ninguém muda por amor, mas pela dor todos mudamos.
Ela chegará, tarde ou cedo, como um ceifador, e será sem dó nem piedade.
Não é um vaticinio, é mais uma estatística, (já pareço os políticos e as suas sondagens), porque a vida e a história assim o dizem.
Vou por aí!
Abraço-luz
Manuela Tavares
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@terapiasmulherholistica