sábado, 2 de novembro de 2019

SOMOS MORTOS-VIVOS OU SOMOS VIVOS-MORTOS?

Ola

Hoje dia Fieis Defuntos, e não ontem dia 1, que segundo o calendário, é dia de Todos os Santos, fiquei a trabalhar, porque na verdade duma forma ou de outra há sempre coisas para fazer, actualizar, publicar, etc

A vida de uma terapeuta holistica não é só dar consultas ou promover cursos, há todo um trabalho de bastidores, cansativo, longo e minucioso que nos "rouba" horas ao dia.

Hoje foi isso que fiz, e dessa forma decidi terminar este trabalho com esta publicação.


Ontem foi aquele dia infindável de idas e vindas aos cemitérios, quem tem jazigos de familia,como é o meu caso - heranças -  há que fazer jus às tradições....

E ainda por cima, à noite foi a Noite Mística....com direito a aniversário e tudo.

Os católicos, não sei se toda a cristandade, mas pelo menos os católicos, que conheço bem porque fui educada na igreja católica, não festejam nada.
Limitam-se a um  desfilar de ostentação ornamental (as floristas também têm de vender...), mais umas quantas velas e cara fechada com alguma lágrima no olho e lá vão passando o dia entre suspiro e suspiro.

Optei, salvo os devidos compromissos minimos que me obrigam as tradições | heranças familiares, a evitar esses ambientes e pactuar com esses momentos de fraco e pouco franco convívio de cemitérios.

A morte é inevitável.
A morte física!
Porque é só nessa que acredito. A da alma não. Nunca morre. Parte, volta, e torna partir. Neste ciclo interminável de idas e vindas....



Nem sempre encarei a morte física desta forma.
Já a vi como uma limitação completa do percurso da vida.
A dor é inevitável perante a perda. O sofrimento é opção.

Mesmo diante da morte.

Contudo, ontem, e porque também foi Noite Mística, tive a oportunidade de estar com pessoas, cuja vida é uma morte perpétua.

Não conseguem ser felizes! Só vêem o copo meio vazio nunca meio cheio.
Um medo atroz da solidão. Se si próprias. Um pavor da própria vida. Do que vem, do que nunca virá. Um passado que nunca foi feliz.......dizem....
A necessidade de certezas.
Olhos tristes, melancólicos e doentes.
Doentes de ego, doentes de ingratidão, doentes de vitimização, doentes de cegueira espiritual.

E quando acabou o trabalho e voltei para casa, pensei para mim: " Afinal o dia dos mortos é na realidade dos vivos, que sem o saber estão mortos".


Afinal os Mexicanos é que estão certos. Porque de ontem para hoje, cantaram, dançaram, comeram, beberam e conviveram toda a noite nos cemitérios e fora deles numa alegria imensa celebrando a morte e a vida ao mesmo tempo.

E quantos de nós não conseguimos celebrar nada porque nunca encontramos um simples motivo para celebrar?!
Quantos de nós, com vidas confortáveis, num país onde ainda não há guerra e não há há muitos anos, onde apesar de tudo temos comida, temos algum conforto, temos segurança social, ensino, hospitais....não temos nada para nos alegrarmos nem para celebrar???
É um sofrimento perpétuo.
Um horror de vida, dizem alguns!
" A minha vida foi uma infelicidade total até ao momento....", frases que se ouvem todos os dias.

Temos tanto que agradecer. Temos tanto para celebrar. Temos tanto para estar felizes, cantar, dançar, animar....

E no entanto contenta-mo-nos muita vezes em simplesmente respirar e suspirar sempre à espera desse milagre que um dia virá e que nos fará felizes!

Definam  ingratidão p.f.  .......



O milagre da vida como o milagre da morte está dentro de nós.
Ora somos mortos-vivos, ora somos vivos-mortos.
Decide o que queres ser a cada manha que acordas...porque ainda acordas e podes decidir.

Está a chegar a noite. O dia termina e segundo o calendário kabbalista outro dia começa. Não à meia noite mas sim, do anoitecer ao amanhacer.
Amanha é outro dia, ja acabaram os festejos fúnebres e os rituais de choro.
Acorda!
E já agora, decide também!

Ama-te! Cuida-te! Respeita-te!

www.terapiasmulherholistica.com

Xi 💜


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