Ola
Hoje em particular, quase todo o mundo católico está a fazer o seu culto e o seu ritual à morte ou aos seus mortos.
Seja em missas, seja em idas aos cemitérios.
Foi assim que a igreja católica, não sei se é a única, conduziu os seus seguidores. A um ritual físico de respeito e de culto aos seus mortos.
Esta teia em que nos encontramos envolvidos, uns vão seguindo os rituais dos seus antepassados, outros rejeitam e afastam-se de todo, é muito mais profunda do que a simples ida a colocar flores nos cemitérios e a fazer o desfile de vaidades em que acabamos por cair.
O medo da morte é um medo real.
Todos temos um medo real, na verdade temos vários, todos eles estão sempre conectados com a perda, o desaparecimento, o momento da constatação desse facto, da dor. E por último o nosso próprio momento de desapego deste corpo onde estamos neste momento.
A palavra reencarnação foi banida da Bíblia. Mas não foi banida do Universo, e por isso, esta Torre de Babel que se chama Terra, nos seus paradoxos, proíbe de um lado e autoriza do outro. E portanto, do outro lado do mundo existem culturas, povos, doutrinas e sabedoria onde a reencarnação, a morte, aceite, não foram banidas palavras nem conceitos, e basta procurar que encontramos, e, é nosso opção, aceitamos ou não.
Eu aceitei!
Eu pautei a minha vida a partir desta descoberta de uma outra forma. Comecei a compreender o mundo de outra maneira e encarei a morte e a vida doutro prisma completamente diferente.
E assim continuo enquanto não aparecer outra cultura, outro conhecimento, outro ensinamento que em faça mudar de ideias.
Acredito na vida para além da morte física. Acredito que a vida são ciclos, a alma tem ciclos, vai e vem.
Acredito que reencarnamos quantas vezes as necessárias até curarmos, expiarmos e transmutarmos todos os nossos erros, falhas ou atitudes menos boas.
Acredito que isto faz sentido para mim, pacificou-me, completou-me, sustenta-me, e faz eco dentro de mim.
A morte não é nada. O corpo é apenas um conjunto de atomos. Com ciclos, como em tudo na natureza.
Vivemos muito para além do corpo físico. E acreditar nisto, fez-me abrir para um mundo totalmente novo.
Um mundo onde aceito e acredito que tudo são resgates karmicos, que tudo são expiações de vidas passada, que somos o que optamos, que a Terra é um mundo-escola. Que só reencarnamos porque precisamos de cá voltar, que TODAS as relações são karmicas, nada acontece por acaso.
Tudo tem sentido, tudo faz sentido, não há coincidências, há conspirações absolutamente perfeitas do Universo para nos colocar no lugar certo na hora certa com as pessoas certas, nem que esse lugar e essas pessoas sejam aquelas com quem vamos desencarnar.
É o momento, é o local, é a forma...
Por razões familiares, sim, também vou ao cemitério, também tenho que preservar a herança familiar, também tenho que "cumprir" com algumas exigências sociais com o meio onde nasci, cresci e habito.
Houve pedidos feitos pelos meus antepassados que (à minha maneira), vou cumprindo. Nunca violando qualquer principio meu, nem qualquer crença minha. Deixo fluir. Diluo.
E sinto-me feliz.
Aceito a morte como aceito a vida. Com um medo real, mas sem bloqueios. Sempre a fluir, sempre a confiar e sempre a entregar.
XI 💜
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