Todos, sem excepção, temos apego a bens materiais, ambições, sonhos, desejos etc
Aliás nós somos o que desejamos.....
Infelizmente, quanto mais afastados estamos da nossa alma, mais próximos estamos do materialismo. E isso acaba por nos arrastar para um sofrimento sem fim. Pois perdemos a noção da efemeridade, perdemos a noção que tudo é efémero, que nada é nosso, nem o nosso corpo, e no entanto lutamos uma vida inteira POR TER e esquecemo-nos DE SER.
Há dias, e por motivos profissionais, fui informada duma morte ignóbil, vil, terrivel e insuportável. Uma criança!
Ninguém está preparado para a morte dum filho. Ninguém. E quando a morte é repentina então o choque é tanto que perdemos o mais básico dos nossos instintos que é respirar. Ficamos em apneia.
Esta é a única morte para a qual não há nome.
Quando perdemos os pais ficamos orfãos, quando perdemos o marido/mulher ficamos viuvas/os, mas quando se perde um filho não há nome. É tão contra-natura que Deus, o Universo, o que se queira chamar nem lhe atribuiu um título. O único existente é SOFRIMENTO sem fim.
É perder a noção de tudo, ate da própria vida.
Alguém me dizia uma vez: os pais não deveriam sobreviver aos filhos!
Mas sobrevivemos! E quando se tem outros filhos, a obrigação é sobreviver. Porque não somos nós só que estamos a sentir a perda, os irmãos também estão.
A morte dum filho é uma amputação irrecuperável.
Mas é também um processo karmico. E tem de ser compreendido como tal, por muitas lágrimas que se chore, por muita auto-flagelação, nunca devemos nem podemos esquecer que tudo é karma, e a morte faz parte deste percurso e desta escola que se chama vida.
Após uma consulta extensa e intensa de Mesa Radionica, sou confrontada com esta situação pela parte do consulente.
O que dizer?
O que fazer?
Nada
A única coisa que digo nestas circunstancias é: chorar é o único direito que temos!
Chorar até à exaustão! Até secarem as lágrimas! Não importa quanto tempo, não importa nada. Só temos o direito a esvaziar.
Às vezes as pessoas pensam que as terapêuticas holisticas porque estudam espiritualidade, porque sabem como funciona a lei da vida, porque fazer regressões ou por isto ou por aquilo estamos mais imunes à dor.
Não é verdade! A dor faz parte da vida.
Permanecer na dor é que é uma opção!
E essa temos obrigação de saber fazer a escolha correcta.
Viver é um direito. Saber viver é uma obrigação! Viver feliz é um dever constante!
Porque tudo é efémero até a própria vida, e não sabemos quando tudo termina e todos os nosso bens materiais ficam e nada mais resta, então apeguemo-nos ao amor uns aos outros e vivamos com cada pessoa que faz parte da nossa vida como se fosse o último dia. Porque nunca sabemos se é mesmo o último desta encarnação.
XI 💜
Sem comentários:
Enviar um comentário