sexta-feira, 4 de maio de 2018

Quando se perde alguém....

Ola




Todos, sem excepção, temos apego a bens materiais, ambições, sonhos, desejos etc
Aliás nós somos o que desejamos.....
Infelizmente, quanto mais afastados estamos da nossa alma, mais próximos estamos do materialismo. E isso acaba por nos arrastar para um sofrimento sem fim. Pois perdemos a noção da efemeridade, perdemos a noção que tudo é efémero, que nada é nosso, nem o nosso corpo, e no entanto lutamos uma vida inteira POR TER e esquecemo-nos DE SER.

Há dias, e por motivos profissionais, fui informada duma morte ignóbil, vil, terrivel e insuportável. Uma criança!
Ninguém está preparado para a morte dum filho. Ninguém. E quando a morte é repentina então o choque é tanto que perdemos o mais básico dos nossos instintos que é respirar. Ficamos em apneia.

Esta é a única morte para a qual não há nome.

Quando perdemos os pais ficamos orfãos, quando perdemos o marido/mulher ficamos viuvas/os, mas quando se perde um filho não há nome. É tão contra-natura que Deus, o Universo, o que se queira chamar nem lhe atribuiu um título. O único existente é SOFRIMENTO sem fim.
É perder a noção de tudo, ate da própria vida.

Alguém me dizia uma vez: os pais não deveriam sobreviver aos filhos!

Mas sobrevivemos! E quando se tem outros filhos, a obrigação é sobreviver. Porque não somos nós só que estamos a sentir a perda, os irmãos também estão.

A morte dum filho é uma amputação irrecuperável.

Mas é também um processo karmico. E tem de ser compreendido como tal, por muitas lágrimas que se chore, por muita auto-flagelação, nunca devemos nem podemos esquecer que tudo é karma, e a morte faz parte deste percurso e desta escola que se chama vida.

Após uma consulta extensa e intensa de Mesa Radionica, sou confrontada com esta situação pela parte do consulente.

O que dizer?
O que fazer?

Nada

A única coisa que digo nestas circunstancias é: chorar é o único direito que temos!

Chorar até à exaustão! Até secarem as lágrimas! Não importa quanto tempo, não importa nada. Só temos o direito a esvaziar.

Às vezes as pessoas pensam que as terapêuticas holisticas porque estudam espiritualidade, porque sabem como funciona a lei da vida, porque fazer regressões ou por isto ou por aquilo estamos mais imunes à dor.

Não é verdade!  A dor faz parte da vida.

Permanecer na dor é que é uma opção!

E essa temos obrigação de saber fazer a escolha correcta.

Viver é um direito. Saber viver é uma obrigação! Viver feliz é um dever constante!

Porque tudo é efémero até a própria vida, e não sabemos quando tudo termina e todos os nosso bens materiais ficam e nada mais resta, então apeguemo-nos ao amor uns aos outros e vivamos com cada pessoa que faz parte da nossa vida como se fosse o último dia. Porque nunca sabemos se é mesmo o último desta encarnação.


XI 💜

Sem comentários:

Enviar um comentário